Escrevi esse texto que virou capa da minha predileta #GODZINE! Foi uma honra e agora compartilho aqui no blog com você (espero agora dar regularidade a ele):
Capa da revista eletrônica GodZine. |
Em outros
momentos já vos falei sobre a felicidade. Muitos jovens já cantaram sobre ela,
desejam-na, mas a final, somos mesmo capazes de realmente sermos felizes?
Jesus uma
vez nos falou sobre quem eram os felizes. Ele os chamou bem-aventurados.
Há várias
ocasiões em que as pessoas podem ser consideradas felizes ou bem-aventuradas.
Uma delas, segundo o texto de Mateus, nas palavras de Cristo é: “Felizes os
pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3). O que será que
essas palavras de Jesus nos dizem hoje? Sabemos da grande pobreza que tantos
homens e mulheres enfrentam em diversas partes do mundo e em todos os
continentes. Quando Ele nos fala em “pobres em espírito”, fala que nossa
postura deve ser como a de uma pessoa que não se sente dono de muitas coisas.
Um pobre vive sem muitos bens, vive sempre fazendo um grande esforço para
sobreviver e também pede e precisa da ajuda e do cuidado de outrem; pois nos
parece ser dessa pobreza que Jesus se refere.
Aquele que
é pobre em espírito jamais pensará o amor como arma que habilita a ter posse de
alguém. É nesse sentido que finamente podemos encontrar uma chave de leitura
para entender a atitude de Jesus em ter escolhido pessoas como Judas Iscariotes
para seu discípulo e companheiro. Explico: Jesus amou Judas, mas não fez do seu
amor um laço para manter o discípulo traidor aprisionado a ele, ou seja, Jesus
amou Judas de forma livre, sem exigir ou forçar que esse o amasse. Concordam
comigo? A atitude de Jesus pode ser considerada pobreza em espírito.
Outro ponto
da pobreza em espírito é a dimensão da sociabilidade. Como dissemos, o pobre,
de certa forma, precisa de outra pessoa e se lança ao encontro. O outro é
considerado como de fundamental importância para que ele sobreviva. Nesse caso,
quando lemos as palavras de Jesus sobre ser feliz aquele que é pobre em
espírito, fica claro o recado.
Como disse
Dom Bosco: “O Senhor colocou-nos no mundo para os outros”. A pobreza em
espírito é mais uma característica constituinte da pessoa feliz porque faz
lembrar a vocação do cristão expressa na fala que lemos acima do santo
considerado Pai e Mestre da juventude, S. João Bosco. Querer estar junto com,
ver que o outro é uma riqueza, que é em comunidade que o cristão vive, é um
forte sentido para a bem-aventurança de que falamos.
Sem ser
pobre em espírito não se é feliz. Ser pobre em espírito diverge de ser pobre de
espírito, pois o que é pobre em espírito assume uma postura de vida que se
caracteriza pela humildade e pelo desejo incessante de formar comunidade, já o
pobre de espírito quer remeter àqueles e àquelas que nada têm de espírito ou
espiritualidade no sentido de espírito ser aquilo que inspira o agir externo,
pois já é expressão interna da pessoa. O pobre de espírito não é humilde, não
deseja contato com ninguém, nem com Deus, embora possa criar na imaginação o
que ele chama de deus.
Atualmente
é possível ser feliz assim, sendo pobre em espírito? Fazendo esse
questionamento, jovens, olhemos que atitudes nós temos nas diversas ocasiões
das nossas vidas. Será que elas são de pobreza em espírito ou pobreza de
espírito?
Bem, nunca
é tarde quando se quer mudar o que há por dentro. Uma vez minha mãe disse:
“Você nunca saberá se não tentar.” Jovem, disponha-se a ser um bem-aventurado,
disponha-se a ser feliz, viva a pobreza em espírito. Felizes são os pobres em
espírito, porque deles é o Reino do Céu.
0 comentários:
Postar um comentário