terça-feira, 28 de janeiro de 2014

QUEM É FELIZ?

Escrevi esse texto que virou capa da minha predileta #GODZINE! Foi uma honra e agora compartilho aqui no blog com você (espero agora dar regularidade a ele):


Capa da revista eletrônica GodZine.
Em outros momentos já vos falei sobre a felicidade. Muitos jovens já cantaram sobre ela, desejam-na, mas a final, somos mesmo capazes de realmente sermos felizes?
Jesus uma vez nos falou sobre quem eram os felizes. Ele os chamou bem-aventurados.
Há várias ocasiões em que as pessoas podem ser consideradas felizes ou bem-aventuradas. Uma delas, segundo o texto de Mateus, nas palavras de Cristo é: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3). O que será que essas palavras de Jesus nos dizem hoje? Sabemos da grande pobreza que tantos homens e mulheres enfrentam em diversas partes do mundo e em todos os continentes. Quando Ele nos fala em “pobres em espírito”, fala que nossa postura deve ser como a de uma pessoa que não se sente dono de muitas coisas. Um pobre vive sem muitos bens, vive sempre fazendo um grande esforço para sobreviver e também pede e precisa da ajuda e do cuidado de outrem; pois nos parece ser dessa pobreza que Jesus se refere.
Aquele que é pobre em espírito jamais pensará o amor como arma que habilita a ter posse de alguém. É nesse sentido que finamente podemos encontrar uma chave de leitura para entender a atitude de Jesus em ter escolhido pessoas como Judas Iscariotes para seu discípulo e companheiro. Explico: Jesus amou Judas, mas não fez do seu amor um laço para manter o discípulo traidor aprisionado a ele, ou seja, Jesus amou Judas de forma livre, sem exigir ou forçar que esse o amasse. Concordam comigo? A atitude de Jesus pode ser considerada pobreza em espírito.
Outro ponto da pobreza em espírito é a dimensão da sociabilidade. Como dissemos, o pobre, de certa forma, precisa de outra pessoa e se lança ao encontro. O outro é considerado como de fundamental importância para que ele sobreviva. Nesse caso, quando lemos as palavras de Jesus sobre ser feliz aquele que é pobre em espírito, fica claro o recado.
Como disse Dom Bosco: “O Senhor colocou-nos no mundo para os outros”. A pobreza em espírito é mais uma característica constituinte da pessoa feliz porque faz lembrar a vocação do cristão expressa na fala que lemos acima do santo considerado Pai e Mestre da juventude, S. João Bosco. Querer estar junto com, ver que o outro é uma riqueza, que é em comunidade que o cristão vive, é um forte sentido para a bem-aventurança de que falamos.
Sem ser pobre em espírito não se é feliz. Ser pobre em espírito diverge de ser pobre de espírito, pois o que é pobre em espírito assume uma postura de vida que se caracteriza pela humildade e pelo desejo incessante de formar comunidade, já o pobre de espírito quer remeter àqueles e àquelas que nada têm de espírito ou espiritualidade no sentido de espírito ser aquilo que inspira o agir externo, pois já é expressão interna da pessoa. O pobre de espírito não é humilde, não deseja contato com ninguém, nem com Deus, embora possa criar na imaginação o que ele chama de deus.
Atualmente é possível ser feliz assim, sendo pobre em espírito? Fazendo esse questionamento, jovens, olhemos que atitudes nós temos nas diversas ocasiões das nossas vidas. Será que elas são de pobreza em espírito ou pobreza de espírito?

Bem, nunca é tarde quando se quer mudar o que há por dentro. Uma vez minha mãe disse: “Você nunca saberá se não tentar.” Jovem, disponha-se a ser um bem-aventurado, disponha-se a ser feliz, viva a pobreza em espírito. Felizes são os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.