sábado, 25 de fevereiro de 2012

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2012 «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (Heb 10, 24)


Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da » (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O facto de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O facto de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf.Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011

BENEDICTUS PP. XVI

NO LUGAR ADEQUADO PREPAREM A PÁSCOA! (Mc 14,15)



Nossos espaços litúrgicos nos ajudarão a celebrar bem a Quaresma este ano?

E vem chegando a Quaresma! O Ano Litúrgico caminha para o seu auge: a celebração do Santo Tríduo da paixão, morte e ressurreição do Senhor[1]. E com ela chega o forte apelo para refazermos a caminhada batismal, que nos conduziu um dia às fontes eternas da vida plena, onde não há injustiça nem desigualdades e que nos aproximam através dos santos mistérios, do coração do nosso Deus. E chegaremos à Páscoa, que não é outra coisa senão a atualização concreta daquilo que celebramos, vencendo a morte com a vida, mudando-nos em verdadeiros símbolos do Cristo. 
Quaresma é tempo de mudança de mentalidade e comportamento! Somos então convidados a rever toda a nossa vida à luz do evangelho, que nos provoca, especialmente na liturgia da palavra deste tempo. É tempo também de acolher e cooperar com a caminhada dos catecúmenos, durante os domingos da Quaresma e com eles ver a graça de Deus se descortinando até a Vigília Pascal, onde rebrilha para todo o universo o esplendor do Cristo ressuscitado. Não esquecendo é claro, que também é tempo de preparar as celebrações pascais, com o zelo que elas merecem, valoroso serviço mútuo e um alegre desejo espiritual pela Santa Páscoa[2].
Diante de tudo isso aparece inúmeras preocupações, entre elas, a de como estamos preparando nossos espaços litúrgicos para este período quaresmal. Em tempos de forte corrida para alcançar as altas tecnologias, além de uma busca incessante pelo lucro e pelo luxo, parece às vezes, que esta onda de um pseudo “viver bem”, chegou também em nossos espaços eclesiais. Será que ao contrário do que propõe esta mentalidade consumista e materialista, podemos fazer deles, lugares mistagogicamente bem preparados, funcionais e despojados, a fim de podermos celebrar o Ciclo Pascal este ano?
Sob a desculpa de um conforto que ajude às pessoas a rezar melhor, requintamos nossas igrejas e ficamos muitas vezes indiferentes aos sofrimentos e “desconfortos” de muitos irmãos e irmãs, que vivem sem o mínimo de bem estar. Com certeza o Cristo quer nos converter disso também.
Bem sabemos que o primeiro espaço a ser cuidado, o espaço por excelência, são as pessoas. Quando os cristãos ainda não possuíam locais para as suas celebrações, mas celebravam nas casas, os santos padres faziam questão de lembrar aos fiéis que o templo não são os muros, mas as pessoas. Nos primeiros séculos do cristianismo, as casas onde os cristãos se reuniam se chamavam “domus eclesiae”, a casa da Igreja.[3]
Hoje, revisitando o respeitável depósito espiritual contido na quinquagenária Constituição Sacrossanctum Concilium, precisamos dar mais importância ao espaço onde as celebrações acontecem, fortalecer a luta por uma reforma litúrgica, que privilegie verdadeiramente a participação de todos na ação sagrada, de maneira consciente, piedosa e ativa, por meio de uma boa compreensão dos ritos e orações[4], para que todos sintam a liturgia como verdadeiro encontro com o Deus da vida.
Para tanto carecemos somente do essencial: que seja aconchegante, limpo, ventilado, bem iluminado, acolhedor e que possua o necessário para se celebrar bem, para que alimentem a fé e a piedade e correspondam ao seu verdadeiro significado e ao fim a que se destinam.[5] No século VI, São Bento já escrevia na sua Regra dos mosteiros, que o oratório seja o que o seu nome indica, e não se faça ou guarde ali nenhuma outra coisa[6].
Avaliadas nossas atitudes diante destas questões, somos impulsionados a revermos nossa maneira de preparar os espaços que usamos para celebrar. Quanto a isto, sigamos como recomendações aquilo que a Instrução Geral do Missal Romano nos diz a respeito da Disposição e Ornamentação das Igrejas para a Celebração da Eucaristia nos números 288 a 318 (alargando é claro o nosso horizonte para tantas outras celebrações realizadas em nossas comunidades). Especificamente a respeito da Quaresma temos o seguinte na IGMR, nº 305: “No tempo da Quaresma não se colocam flores no altar, exceto, porém, no domingo Laetare – IV da Quaresma, solenidades e festas, e no Cerimonial dos Bispos nº 252 temos: “...o som dos instrumentos é permitido só para sustentar o canto”. Claro que conhecendo a liturgia, sua dimensão simbólica e as normas da organização de um bom espaço litúrgico, cuidaremos melhor do lugar onde celebraremos a Quaresma e a Páscoa. 
Por fim, se o apelo à mudança de vida pessoal e comunitária, a busca mais acentuada à prática da oração, do jejum e da partilha dos bens, soarem forte aos nossos ouvidos nesta Quaresma, não teremos outro comportamento diante da comunidade e da sociedade, a não ser o de dar testemunho do evangelho. Desse modo, faremos de nossos espaços celebrativos, símbolos proféticos de simplicidade e despojamento, de partilha e fraternidade, de silêncio e de respeito a Deus e ao ser humano, auxiliando na construção de uma sociedade nova, onde beleza nunca será sinônimo de ostentação. Oxalá entendamos isto verdadeiramente!










Seguem algumas dicas para ajudar nas questões práticas:

- fazer uma boa faxina antes da Quaresma, tirando aquilo que não estamos usando, ou que não será necessário pelo menos neste período,
- se temos mais cadeiras que pessoas para sentar nelas, recolher e guardar as que sobram ajudam a formar melhor a congregação, a assembléia que se reúne assiduamente para celebrar,
- destacar a cruz, mas não usá-la como cabide para pendurarmos cartazes, fotos, rosários e outros,
- cuidar da alfaias, elas podem, se usadas na dosagem certa, conduzir a gente ao Mistério sem precisar ser exageradas,
- usar a cor roxa com sobriedade, indicando assim o tempo que estamos vivendo,
- o cartaz da campanha da fraternidade, não necessariamente precisa estar próximo ao ambão ou ao altar, pode ficar junto à porta de entrada por exemplo, ou num quadro que chame atenção dos que chegam,
- enfim, fazer com que o espaço se torne acolhedor e estimule à oração, à ação de graças e a verdadeira mística litúrgica.






Marcelo Gomes de Barros
Membro do Núcleo da Celebra – Santa Rita - PB


[1] Normas universais sobre o Ano Litúrgico e calendário - NALC, nº 18.
[2] Regra de São Bento, capítulo 49, “Da observância da Quaresma”.
[3] Guia litúrgico pastoral da CNBB – capítulo IX sobre o Espaço Celebrativo, pag 101.
[4] SC nº 48
[5] IGMR, nº 289§ 2º
[6] Regra de São Bento, capítulo 52, “Do oratório do mosteiro”.

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São Luis Versiglia e São Caravario (Festa: 25|2)


SÃO LUIS VERSIGLIA (1873-1930)
Luís Versiglia nasceu em Oliva Gessi, na província de Pavia, Itália, no dia 5 de junho de 1873. Desde pequeno ajudava na Missa. O povo já o imaginava como padre, mas Luís não queria ouvir falar disso: o que ele queria mesmo era ser veterinário. Aos 12 anos foi acolhido por Dom Bosco, que o fascinou a ponto de mudar de ideia.
Em 1888, pouco depois da morte do Santo, Luís ficou muito impres­sionado com a cerimônia de entrega do Crucifixo a sete missionários. Decidiu tornar-se salesiano, com a esperança de partir para as missões.
Obtida a láurea em filosofia, em pouco tempo se preparou para a ordenação sacerdotal, que ocorreu em 1895. Com apenas 23 anos de idade, Pe. Miguel Rua, sucessor de Dom Bosco, o nomeou mestre dos noviços em Genzano, Roma, missão que cumpriu com bondade, firmeza e paciência durante dez anos.
Por insistência do bispo de Macau, em 1906, seis salesianos chega­ram à China, guiados pelo padre Versiglia: estavam realizando reiterada profecia de Dom Bosco. Estabelecida em Macau a "casa mãe" salesia­na, abriu-se também a missão de Heungchow. Padre Luís animou toda aquela região com o estilo de Dom Bosco, criando uma banda musi­cal muito apreciada, orfanatos e oratórios.
Em 1918 os salesianos receberam do Vigário apostólico de Cantão a missão de Schiuchow. No dia 9 de janeiro de 1921, Pe. Versiglia foi consagrado bispo. Sábio, incansável e pobre, viajava continuamente para visitar e animar os irmãos e cristãos daquela região. Sua chega­da era uma festa para os povoados, sobretudo para as crianças. Foi um verdadeiro pastor, dedicado por inteiro ao seu rebanho.
Deu ao Vicariato uma estrutura sólida, com um seminário e casas de formação. Ele mesmo projetou várias residências e casas para ido­sos e necessitados. Cuidou convictamente da formação dos catequis­tas. Escreveu em seus apontamentos: "O missionário que não estiver unido a Deus é um canal que se separa da fonte". "O missionário que reza muito, também muito realizará." Como Dom Bosco, era um exemplo de trabalho e temperança.
Entretanto, na China, a situação política tinha se tornado muito tensa, sobretudo para os cristãos e os missionários estrangeiros. Co­meçaram as perseguições. No dia 13 de fevereiro de 1930, junto com padre Caravario, o bispo foi fazer a visita pastoral na missão de Lin­chow. No dia 25, um grupo de piratas bolchevistas parou a barca do bispo e tentou apoderar-se das moças. Os missionários se opuseram com todas as forças. Inútil. Começou o martírio: espancamento selva­gem e morte por fuzilamento. Antes, D. Versiglia se confessou com o padre Caravario. Em seguida, de joelhos, recebeu a descarga. Seu últi­mo respiro foi para as almas da sua amada China.
JOÃO PAULO II BEATIFICOU-O EM 15 DE MA10 DE 1983

CANONIZOU-O EM 1º DE OUTUBRO DE 2000


Calisto Caravário (1903-1930)
Calisto Caravario nasceu em Cuorgne, na província de Turim, Itália, no dia 18 de junho de 1903. Desde pequeno, pelo seu caráter manso e reflexivo, todos o consideravam um menino bom. Por natureza, era levado à oração.
Amava ternamente sua mãe, como testemunham as numerosas cartas que se escreviam. Aos 5 anos, transferiu-se com a família para Turim, perto do oratório de Porta Nuova. Na escola salesiana era um dos primeiros da classe. Todos os dias fazia questão de ajudar na Missa.
Aconselhado pelo diretor do oratório, padre Sante Carelli, entrou para o noviciado e se tornou salesiano. Em 1922, D. Luís Versiglia estava em Turim e falou aos clérigos sobre as missões. Calisto lhe dis­se: "Excelência, um dia eu estarei junto com o senhor na China".
O padre Carelli foi para a China. Calisto tanto insistiu que, depois de pouco tempo, conseguiu partir também. A mãe disse ao padre Carelli:
"De boa vontade deixo meu filho nas mãos de Dom Bosco". E Calisto escreveria: "Com todo o afeto de que sou capaz, eu te agradeço, Senhor, por me teres dado uma mãe tão boa". "Mamãe, uma notícia que te dará alegria: esta manhã dei minha primeira aula de catecismo em chinês."
Calisto foi mandado para Macau. Depois de dois anos seu novo destino foi a ilha do Timor, onde edificava a todos pela sua bondade e pelo seu zelo apostólico. Escreveu: "Minha boa mãe, reza para que o teu Calisto seja sacerdote por inteiro, não só pela metade".
No dia 18 de maio de 1929, voltando a Shiuchow, D. Versiglia o ordenou sacerdote e lhe confiou a missão de Linchow. Em pouco tempo visitou todas as famílias e conquistou a simpatia dos meninos das escolas.
De repente, a situação política da China entrou em ebulição. Quem mais sofria eram os cristãos e os missionários estrangeiros. As perse­guições não se fizeram esperar.
No dia 13 de fevereiro de 1929, padre Caravario estava em Shiuchow para acompanhar o bispo na visita pastoral à sua missão de Linchow. Durante a viagem, piratas eivados de ideologia bolchevista tentam capturar as catequistas que estavam na barca dos missionários.
Padre Calisto falou gentilmente com eles. Sem lhe dar ouvidos, es­pancaram os dois missionários e os obrigaram a descer da barca. Levaram-nos para uma mata. Ali, a poucos instantes da morte, padre Caravario se confessou com D. Versiglia. Em seguida, foi fuzilado.
Era dia 25 de fevereiro de 1930. Oito anos antes, padre Caravario dissera a D. Versiglia: "Um dia eu estarei junto com o senhor na Chi­na". Esteve. Na vida e na morte.
JOÃO PAULO II BEATIFICOU-O EM 15 DE MAIO DE 1983
CANONIZOU-O EM 1º DE OUTUBRO DE 2000

UM TESOURO!!!

Essa dica é para quem é coordenador(a) de crisma, ou participa dessa pastoral. Achei um cronograma muito bom para o verdadeiro crescimento na fé dos jovens (ou adultos) que você ajuda na confirmação do seu batismo. Eu mesmo já utilizei e não me arrependi, vale mesmo a pena! É só clicar na imagem abaixo:



dinâmica: Segura... Não deixa cair!


Objetivo: Mostrar a importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo parece que vai desmoronar, cair.

Formar um círculo com os catequizandos: distribuir para cada um uma papeleta em que esteja escrito um dos "males" (doenças), relacionados abaixo. Pedir para não contarem uns aos outros o que está escrito no papel. A papeleta 'gripe' deve ser repetida cinco ou mais vezes, dependendo do número de participantes (colocá-la para um terço das pessoas).

- Os participantes engancham os braços uns nos outros, formando uma espécie de corrente, evitando
que alguém caia.

- No meio do círculo fica o "doutor", a pessoa que vai conduzir a brincadeira. O "médico" lê um dos diagnósticos (sugestões abaixo). A pessoa que estiver com a "doença" correspondente amolece o corpo para cair, como se fosse um desmaio. As duas pessoas que estão ao seu lado, a seguram para não deixá- la cair. Se a pessoa cair, ela morre...

- Depois de ser amparada, a pessoa 'doente' volta o corpo ao normal. Assim o médico vai lendo os diagnósticos até chegar a doenças de maior incidência, por exemplo, a gripe ou a dengue. Como há várias pessoas com esta "doença", muita gente vai "cair" ao mesmo tempo e o círculo vai se desmantelar. Torna-se difícil segurar, portanto é preciso envolver mais pessoas, organizar toda a sociedade. Ao final, estabelecer uma ligação entre o que ocorreu no círculo com o que está acontecendo com a saúde pública.

- Após a execução da dinâmica, deixar que os participantes falem sobre o que sentiram.

- Como se sentiram ao serem taxados de "doentes"? Como viram a doença que cada um recebeu?

- Comentar da importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo parece que vai desmoronar, cair.

- Como foi estar atento ao outro, cuidar do problema do outro?

- Como é a dificuldade de apoiar, quando há grande o número de doentes? Salientar a importância da prevenção, de não deixar a doença se espalhar, dos cuidados com o corpo e o ambiente.

- Concluir falando da importância da presença, da solidariedade, da compaixão junto àqueles que sofrem.
DOENÇAS:
Gripe, doenças do pulmão, dengue, hipertensão, diabetes, problemas renais, anemia, obesidade, colesterol alto, dependência química (drogas), alergia, dores de ouvido e cabeça, gengivite, cáries e placas nos dentes.
(Podem ser acrescentadas outras doenças com os respectivos diagnósticos).
DIAGNÓSTICOS:
- Exposição ao ar frio (mudanças climáticas) e contato com pessoas doentes, não lavar as mãos. (gripe)

- Poluição do ar contato com fumantes ou fumar. (doenças do pulmão)

- Falta de cuidado com os quintais e os vãos de plantas, deixando água parada. Falta de higiene. (dengue)

- A pessoa não cuida da alimentação, ingere alimentos gordurosos e não saudáveis, não pratica
exercícios físicos. (hipertensão)

- Há pessoas diabéticas em sua família, mas a pessoa nunca fez exames preventivos. Não se alimenta com alimentos saudáveis. Consome doces em excesso. (diabetes)

- A pessoa não toma água várias vezes ao dia. Não cuida da alimentação. Ingere muito sal. (problemas renais)

- Faltam em sua alimentação frutas, verduras e outros alimentos saudáveis. (anemia)

- Consome alimentos muito calóricos, tipo salgadinhos (chips), refrigerante. Não faz exercícios físicos. (obesidade)

- Não se alimenta corretamente, abusa de alimentos gordurosos e de doces. (colesterol alto)

- A pessoa deixou-se levar por falsos amigos e acabou experimentando drogas. (dependência química)

- A pessoa se expõe ao ar poluído. Freqüenta ambientes poluídos, sujos, com muita poeira. Consome alimentos contaminados. Não cuida devidamente da higiene pessoa. (alergia)

- A pessoa ouve música em volume demasiadamente alto, freqüenta ambientes com poluição sonora. (dores de ouvido e de cabeça)

- A pessoa não escova os dentes. Consome doces exageradamente, sem fazer a adequada higiene
bucal. (gengivite, placas bacterianas, cárie)

Para curtir e compartilhar no Face!!! 2

Mais uma criação minha, espero que gostem!
Ah, a imagem do anjo é de Claudio Pastro.
(Santo Anjo, cuidai de mim!)